quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Defesa de ginecologista preso em Turmalina entra com habeas-corpus no TJMG


Juíza da Comarca negou na tarde desta quarta-feira o pedido de relaxamento da prisão do médico, que está preso desde a sexta-feira, na cadeia de Turmalina.



Muitas pacientes do médico preso em Turmalina foram ao posto de saúde onde ele trabalhava para manifestar solidariedade e apoio ao profissional
Muitas pacientes do médico preso em Turmalina foram ao posto de saúde onde ele trabalhava para manifestar solidariedade e apoio ao profissional
A juíza Carolina Rodrigues, da Comarca de Turmalina, rejeitou na tarde desta quarta-feira, 22, o pedido de relaxamento da prisão do médico ginecologista que está preso na cadeia da cidade desde a sexta-feira, 17. Com isso, a defesa do médico decidiu providenciar um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O médico foi preso após cinco pacientes terem relatado estranhamento nas consultas com o ginecologista em suas consultas, devido a toques e estímulos constrangedores. A prisão provocou grande repercussão em Turmalina e região porque dezenas de outras pacientes do ginecologista saíram em sua defesa, inclusive com manifestações em frente ao fórum e ao posto de saúde onde ele atendia. Há ainda um abaixo-assinado, que foi entregue à juíza, reivindicando a soltura do médico, que tem fama de profissional competente e de boa conduta.

A maior revolta das pacientes que afirmam a inocência do médico, segundo relataram na terça-feira à reportagem do Portal de Capelinha/Jornal Acontece Regional, é com o que elas chamam de “condenação sumária” do profissional, principalmente pela pressa na sua prisão e pela ampla repercussão que o caso teve após ser divulgado pela rede de blogs e portais da região.

As investigações sobre o caso foram iniciadas pelo delegado Felipe Pontual Meira Rosa há cerca de dois meses e encontram-se ainda em curso. Mesmo correndo sob segredo de Justiça, tanto o nome como a fotografia do médico foram postadas por blogs e portais da região. Até mesmo um vídeo gravado na delegacia, enquanto o médico tentava acionar seu advogado, foi ao ar pela TV Alterosa, na noite de terça-feira, por meio de imagens cedidas pela Polícia Civil. Na reportagem, o médico pergunta ao delegado Felipe Pontual se ele poderia chamar as pacientes que o acusam para uma acareação, pois assim o caso já seria esclarecido ali mesmo, sem a necessidade de prisão. O delegado nega e o orienta a passar a sugestão para seu advogado. A reportagem cita o nome do ginecologista, mostra sua imagem e uma foto dele.

Em comunicado enviado à Redação do Portal de Capelinha/Jornal Acontece Regional, a Chefia Polícia Civil do Estado de Minas Gerais informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está acompanhando o caso referente ao cumprimento da prisão preventiva do médico ginecologista. A Chefia da Polícia Civil mineira declarou ainda que “o texto contendo informações sobre o caso foi divulgado pelo delegado sem o conhecimento prévio da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil”.

Nesta tarde, o delegado Felipe Pontual comunicou à reportagem do Portal de Capelinha/Jornal Acontece Regional que não falará mais à imprensa sobre o assunto. “Infelizmente, alguns jornalistas estão questionando meu trabalho, pelo fato de eu ter passado informações à imprensa. Não vou mais falar sobre esse assunto com a mídia”, declarou o delegado.

MAIS UMA ACUSADORA FALA À REPORTAGEM

Das cinco mulheres que acusam o médico de “práticas libidinosas”, duas falaram à reportagem do Portal de Capelinha/Jornal Acontece Regional. A primeira disse, na terça-feira, que a população da cidade recebeu a denúncia com desconfiança, o que a levou a decidir por não mais falar sobre esse caso. “Infelizmente esse caso não está sendo bem aceito aqui em Turmalina. Já dei satisfações à minha família e amigos, e não tenho mais nada a declarar”, desconversou.

Nesta quarta-feira, outra suposta vítima, que reside em uma comunidade do município, declarou que a denúncia só foi feita tempos depois de sua consulta com o ginecologista. “O que eu falei na denúncia foi o que aconteceu comigo, que acho que ele me tocou de uma maneira diferente. Mas só fiz a denúncia bem depois. Eu já sabia que outras mulheres iriam denunciá-lo” comentou, sem muitos detalhes.

Fonte: Portal Capelinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário