terça-feira, 1 de abril de 2014

Médico Apollo Lisboa, de Salinas, é pré-candidato a governador de Minas, pela Rede.

Apollo ganha apoio de Marina Silva.A provável candidata a vice-presidente na chapa de Campos se manifestou em sua página no Facebook.
O médico e professor da UFMG, Apollo Heringer Lisboa é pré-candidato ao governo de Minas.

Pré-candidato da Rede ao governo de Minas, o médico e professor Apollo Henriger ganhou o apoio da ex-senadora Marina Silva, provável candidata a vice-presidente na chapa do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. No sábado, Marina publicou em sua página no Facebook uma nota em que defende o nome de Apollo, que, como a ex-senadora, se filiou ano passado ao PSB mineiro depois da tentativa frustada da Rede de se viabilizar como partido para a disputa das eleições deste ano. 


A nota de Marina foi comemorada pela Rede em Minas, que pressiona o PSB para que o partido lance no estado candidato próprio. A proposta não conta com a simpatia de parte do PSB, que defende um alinhamento da legenda com a candidatura do tucano Pimenta da Veiga. 

Para consolidar a pré-candidatura de Apollo, ele deve ser eleito presidente da legenda no estado nas eleições para a formação dos diretórios, marcada para o final deste mês. 



Para um dos fundadores da Rede no estado, José Fernando Aparecido de Oliveira, também abrigado no PSB, não é possível disputar a presidência sem ter candidato próprio no segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Para ele, o comando do PSB mineiro se equivocou ao anunciar, segundo ele sem consultar os filiados do PSB e da Rede, uma aliança com o PSDB. 

O vice-presidente da legenda no estado, ex-deputado federal Mario Assad, disse que o partido defende o nome do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda -– que tem até sexta-feira para deixar a prefeitura 
caso resolva disputar. “Mas, se ele não for nosso candidato, temos de discutir o nome de Apollo, pois há um sentimento muito forte em toda a legenda por uma candidatura própria”, defende.
Apollo, sua esposa, um afilhado e Manuelzão.

Apollo é médico, professor da UFMG e filho do Vale do Jequitinhonha.
Apolo Heringer Lisboa nasceu em 16 de fevereiro de 1943, em Salinas, no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas. Diplomou-se médico pela UFMG em 1967. Desde 1980 é professor nesta Faculdade de Medicina, na disciplina Internato em Saúde Coletiva, conhecida como Internato Rural. 
Liderança estudantil desde 1962, foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes entre 1965/1966. Participou de movimentos de resistência à ditadura militar sofrendo perseguições que atingiram sua família. Viveu na clandestinidade entre 1968/1973, em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Baixada Fluminense, sem poder exercer legalmente a medicina.
Em 1973, continuou a vida de exilado, agora no exterior, vivendo no Chile, Argentina, Argélia, França e Bélgica. 
Foi médico no Hospital Universitário de Argel, na Clínica de Pneumologia, com ênfase em Tisiologia. Fez cursos de especialização na Argélia, França (Hospital Pitié Salpetrière) e Bélgica (Universidade Livre de Bruxelas), sempre nas áreas de Pneumologia e Epidemiologia.
Voltou ao Brasil nas asas da Anistia em outubro de 1979. Participou da criação do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais, e de movimentos de trabalhadores rurais nos vales do Jequitinhonha e Mucuri. A idéia era que a emancipação política e social trariam qualidade de vida e saúde ao povo. 
Foi candidato a deputado estadual, pelo PT, em 82 e 86. Em 1988 decidiu romper sua ligação com o PT e com qualquer militância partidária, embora não rompesse com o pensamento e com a ação política. Esta ruptura produziu um efeito estimulante, beneficiando significativamente suas iniciativas em diversas atividades.
Em 1989, publicou o romance Escândalo no Arraial das Formigas, sobre o golpe de 6 milhões de dólares no Banco do Brasil, pelo atual prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz. Na seqüência concluiu e editou Uma Odisséia do Norte de Minas, livro em parceria póstuma com seu pai Abdênago Lisboa, culminando quarenta anos de coleta de material e árduo trabalho empreendidos por ele, sobre a história desta região.
Cursou mestrado em Saúde Animal entre 1991/93, na Escola de Veterinária da UFMG, com ênfase em Epidemiologia, produzindo dissertação sobre a Cólera, 
Projeto Manuelzão propõe recuperar o Rio das Velhas
Em 1997, deu início ao Projeto Rio das Velhas, conhecido como Projeto Manuelzão, em homenagem ao amigo pessoal e personagem de Guimarães Rosa, prestada ainda em vida. O mote do Projeto é a volta do peixe ao Rio das Velhas, alavanca de uma ampla e profunda mobilização pela mudança da mentalidade cultural na sociedade, a partir da questão ambiental das águas e da discussão do conceito de saúde coletiva. 
Este Projeto levou à discussão do sistema de saúde como proposta de conteúdo sistêmico, desmembrando-a da subordinação conceitual às questões associadas ao setor assistencial. É uma proposta de Saúde Coletiva, percebendo a vida humana integrada ao conjunto dos ecossistemas do nosso planeta, questionando a visão tradicional da Saúde Pública voltada exclusivamente ao ser humano como ente supostamente isolado e dono de tudo.
A crítica do SUS real tem tido por objetivo priorizar a promoção de saúde no país, através de intervenções democráticas nos fundamentos de nossa política econômica e da visão de saúde que a própria Constituição Federal e as leis complementares do SUS bem definiram, mas que não podem se realizar por incompatibilidade intrínseca com o modelo de desenvolvimento econômico, que racha e violenta nossa convivência social.
A Meta 2010, ou seja, navegar, pescar e nadar na passagem do Rio das Velhas pela região metropolitana de Belo Horizonte até essa data, que terá significativo impacto sobre a saúde coletiva em toda a bacia do Velhas, beneficiando 4,5 milhões de pessoas, foi proposta pelo Projeto Manuelzão e assumida como Programa Estruturador do Estado de Minas Gerais.
Em razão do sucesso do Projeto Manuelzão, Apolo tem dedicado parte do tempo em atividades da coordenação geral deste Projeto, a docência no Internato e em viagens para palestras.

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